29. CAPÍTULO VINTE E NOVE
CAPÍTULO VINTE E NOVE
❛ ato dois: a ordem da fênix ❜
SÁBADO FOI DIA de descanso para alguns exceto para os participantes dos times de Quadribol, a temporada de Quadribol estava bem apertada e as partidas já haviam sido decididas. A primeira partida da temporada seria Lufa-Lufa contra Corvinal e a segunda Grifinória contra Sonserina. Naquele dia o campo de Quadribol foi ocupado pelo time da Corvinal de um lado e pelo time da Sonserina do outro, deixando Grifinória e Lufa-Lufa treinando no chão do campo de treinamento dentro do castelo.
Naquela tarde, Erika descobriu que seu primo havia atuado no time da Grifinória como batedora como ela, o que significa que eles seriam rivais não apenas por serem de casas opostas, mas também por dividirem posição em campo. Alex convidou sua prima para treinar contra alguns bonecos de teste que eles tinham para os perfuradores e fazer uma pequena competição para ver quem fazia cada boneco se mover mais. Claramente a garota de olhos azuis não ia dizer não, ela aceitou imediatamente e se colocou nas roupas de treino em segundos.
Ao descer para o campo viu Alex preparando os bonecos, ele estava com calça de treino e camiseta de manga curta nas cores vermelho e azul claro, nas costas tinha seu sobrenome escrito em branco com o número 5, e assim que a viu percebeu que era uma camiseta claramente não pertencente a Hogwarts.
— Você não tem medo que Umbridge te veja e te repreenda? — Erika perguntou se aproximando com o bastão na mão.
Alex se virou com um sorriso vendo sua prima chegar com um suéter largo e calças largas. Ao ver o que ela estava vestindo, ele começou a balançar a cabeça sem parar de sorrir.
— Você vai morrer de calor. — ele a avisou com uma pequena risada. — Eu não me importo com o que a senhora rosa diz, essa camisa é do time de quadribol de Ilvermorny. É ótimo, não é? — ele perguntou, começando a virar o torso como se estivesse modelando ela.
— O que significa o escudo? — Erika perguntou apontando para a imagem de um pássaro dourado que estava no lado esquerdo da camisa.
— É o escudo da minha casa, o Pássaro Trovão. — ele disse com um sorriso orgulhoso. — Você sabia que a vovó Tina também estava lá? Ela tem prêmios lá na nossa sala comunal e nas salas de troféus.
Erika olhou para ele surpresa, ela não esperava que sua avó tivesse deixado algum tipo de marca na escola que frequentava. Ela sabia tão pouco sobre ela que não pôde deixar de ficar triste com isso.
— E Lea?
— Cobra com chifres. — ele disse, e então murmurou fingindo desgosto. — Nerds.
Erika riu balançando a cabeça, olhando para os bonecos perfeitamente posicionados, eram dois e ambos a uma distância segura.
—Como vocês treinam aqui? — perguntou Alex se aproximando da caixa que continha as bolas de Quadribol.
— Os rebatedores? — o garoto acenou com a cabeça diante da pergunta e Erika pensou por alguns segundos. — Às vezes passamos o balaço em campo ou só jogamos partidas de treino, por que?
Alex sorriu satisfeito e se abaixou em direção à caixa, depois olhou para a prima com olhos brilhantes e cheios de entusiasmo.
— Ilvermorny era um pouco mais agressivo naquela época. — um sorriso um tanto malicioso apareceu em seu rosto. — Só aí... Deixamos os balaços livres.
Com isso ele abriu a caixa e, em vez de serem três bolas diferentes, havia quatro balaços que dispararam para todos os lados. Erika conseguiu se abaixar antes que alguma batesse em sua cabeça e olhou alarmada para o ruivo que agarrava seu bastão com entusiasmo.
— Você está louco?! Isso poderia bater em alguém. — Erika gritou ouvindo a risada de Alex. — Estou falando sério!
— Você parece a Hermione. — Alex revirou os olhos e isso fez a garota de olhos azuis franzir a testa.
A Lufa-Lufa pegou seu bastão e viu um balaço se aproximar para acertá-la, ela olhou para o primo e esticou o corpo sem jeito.
— Você conversa muito com Hermione? — Erika perguntou com leve suspeita.
Alex franziu os lábios para conter um sorriso ao acertar um balaço com força, ao mesmo tempo Erika fez o mesmo com o balaço atingindo diretamente o peito da boneca fazendo-a cambalear para trás com força.
— Talvez. — Alex disse vagamente ao acertar outro balaço que atingiu seu boneco. — Ela é legal, mas não se separa do menino Potter ou Weasley.
— Eles são seus melhores amigos. — Erika acertou outro balaço. — Com quem você anda?
Um balaço fintou entre os dois, colocando-os em alerta ao mesmo tempo enquanto olhavam para o céu, esperavam que ele fosse para um local mais seguro para os dois e assim se virassem para continuar batendo de frente.
— Os gêmeos são divertidos. — Alex murmurou concentrado. — Tento falar com Hermione mas ela não fala muito, Weasley me assusta.
— Por que? É divertido.
O balaço virou-se para uma das torres e dirigiu-se em alta velocidade em direção a elas.
— Ele não larga Hermione...
O aperto de Erika no bastão aumentou quando o balaço chegou perto o suficiente para acertá-lo, o balaço atingiu a cabeça da boneca com força, fazendo-a cambalear para trás com tanta força que caiu no chão.
— Porque ele quer que ela faça o dever de casa. — Alex finalizou, olhando para a boneca que sua prima havia batido de brincadeira. — Bom braço, Eri.
Erika balançou a cabeça irritada e começou a tirar o suéter. Alex estava certo quando disse que toda aquela competição que eles geraram iria aquecê-la. Ela o deixou onde estava a caixa do balaço e foi deixada de regata enquanto mexia os ombros como aquecimento.
— Como você quer competir? Presumo que isso foi apenas um aquecimento para você. — Erika disse agora, ficando séria.
Alex sorriu para o novo rosto da garota de olhos azuis e moveu os ombros para trás enquanto brincava com a língua dentro da bochecha enquanto pensava em como fazer as regras do seu próprio jogo.
— O peito da boneca tem três pontas, a cabeça é zero. — ai ouvir isso, Erika virou a cabeça para olhar para ele com a testa franzida. — Quer mirar na cabeça de um jogador de verdade?
Erika revirou os olhos e suspirou, cruzando os braços, claramente ela não jogaria o balaço na cabeça de uma pessoa de carne e osso.
— Bom, o baú é três e, como você quer matar bonecos, a cabeça vai valer cinco. — ele explicou apontando para cada parte mencionada com seu bastão. — Vou lançar um feitiço neles para fazê-los vibrar por um certo tempo.
— Como saberemos quem ganha?
— Apenas um balaço ficará flutuando no final, quem acertar primeiro vence.
— E quais são as pontuações então?
— Emoção. — o ruivo encolheu os ombros.
A garota de olhos azuis revirou os olhos e se posicionou. Os balaços começaram a se agitar e os dois bateram naqueles bonecos em um bom ritmo, toda a vibração que ambos tinham, gritando coisas um para o outro ou reclamando quando falhavam, começou a chamar a atenção e de repente muitas pessoas estavam andando casualmente por perto para observar os primos competir como nunca antes. Alguns grupos observavam de longe ou diminuíam a caminhada para observar os primos competindo entre si.
A poucos metros de distância, dentro do castelo, Susan, Hannah e Justin estavam saindo da biblioteca após terminarem uma pequena tarefa de Feitiços. Os três amigos tinham a intenção de ir procurar Ernie que estava com os caçadores da Lufa-Lufa praticando em um dos jardins do castelo, mas foram interrompidos por uma grifinória conhecido deles.
— Oi, pessoal! — Hermione cumprimentou, aproximando-se deles pelas escadas. — Estão ocupados?
— Olá, Hermione. — Hannah cumprimentou com um sorriso. — Na verdade não, íamos procurar Ernie que está lá e depois dar um passeio nos jardins. Por que? Você precisa de alguma coisa?
Hermione balançou a cabeça e fez sinal para que a seguissem até um corredor um pouco mais vazio. Os três a seguiram sem pensar, mas ainda curiosos com o quão repentino foi para Hermione falar com eles. Lá ela contou a eles sobre a ideia de Harry lhes ensinar defesa contra as artes das trevas e que se concordassem poderiam participar de uma pequena reunião que fariam na próxima viagem a Hogsmeade. Os três assentiram enquanto ouviam e a primeira a aceitar foi Susan.
— Precisamos muito melhorar, não acho uma má ideia. — disse a garota com um sorriso gentil.
— Mais pessoas irão? — Justin perguntou.
Hermione franziu os lábios em dúvida com a resposta a essa pergunta e assentiu lentamente.
— Estou contando a ideia para pessoas em quem confio, talvez não sejam muitas, mas é bom começar com algumas por enquanto.
— Ótimo, podemos contar ao Ernie? — Susan perguntou ao que Hermione assentiu imediatamente.
— Tenho certeza que a Erika também quer entrar. — Hannah comentou, chamando a atenção da Grifinória. — Onde ela estava?
Justin encolheu os ombros. — Não faço ideia, provavelmente estou treinando lá.
— Ela está com Alex. — Susan informou suavemente. — Ela entrou na sala pegando seu bastão e saiu dizendo algo como 'Já volto, Alex, competir.'
— Você pode dizer a ela a mesma coisa que lhe expliquei? — Hermione perguntou. — Seria ótimo se ela também participasse.
— Ah, mas você pode perguntar a ela. — Justin olhou para uma das saídas daquele corredor. — Acho que sei onde fica.
Os quatro viram o grupo que havia se formado perto do jardim de treinamento, Justin presumiu que fosse algo relacionado a Erika porque Pansy e seu grupo estavam lá, embora Parkinson não parecesse muito feliz por estar ali comparado a sua amiga que tinha um estranho sorriso no rosto. Eles se aproximaram e viram que Erika e Alex estavam mesmo ali assim como o moreno presumiu, os primos estavam acertando um balaço cada um e mesmo o tempo estando fresco os dois estavam totalmente suados, sugerindo que já estavam naquilo há algum tempo. De repente, o balaço que Alex acertou caiu bruscamente no chão, restando apenas o balaço que Erika estava prestes a acertar, mas colidiu com a boneca e foi repentinamente ejetado para o céu. Erika estava totalmente focada em acertar aquele e vencer o primo, algo que seus amigos perceberam imediatamente. Hannah cutucou Susan com um sorriso malicioso e assobiou alto para chamar sua atenção.
— Hermione tem que falar com você! — Hannah gritou com ela.
A cabeça de Erika imediatamente virou-se para o som, sua carranca, totalmente irritada por ter sido interrompida, desapareceu quando viu Hermione acenar para ela timidamente. Justin e Hannah riram ao ver como sua amiga se virou como uma cachorrinha assim que soube que Granger estava lá, claro, para Frukke foi mais por preocupação porque ainda havia um balaço voando por aí, mas seus três amigos sabiam que estava indo além disso, ela só não percebeu ainda.
Erika olhou para o céu e o balaço perdido ainda não havia aparecido, então ela correu até Hermione sem largar o bastão ao mesmo tempo em que seus três amigos se afastaram lentamente para lhes dar privacidade, escondendo seus rostos maliciosos.
— O que você está fazendo aqui? Você pode ser atingido na cabeça por um balaço. — Erika murmurou preocupada, colocando uma das mãos em seu ombro para movê-la para um lado mais seguro.
Hermione corou um pouco com o contato e a proximidade e então limpou a garganta antes de falar.
— Pode ser depois... Do que quer que você esteja fazendo. — Hermione insistiu. — Você parecia focada no que estava fazendo.
— Nah, está tudo bem... — pelo canto do olho ela viu como Alex estava assumindo uma posição defensiva preparando seu taco para bater enquanto olhava para algo no céu. — Pensando bem, me dê um segundo.
Erika se virou para olhar para cima e o balaço de fato estava descendo onde deveria estar, ela correu para ficar ao lado de Alex e esperar para vencê-lo no próprio jogo, eles começaram a se empurrar levemente para que o outro perdesse o equilíbrio, o ruivo bateu nela com o cotovelo, mas Erika, irritada, enroscou o pé na panturrilha do ruivo, fazendo-o tropeçar. O Grifinório olhou para ela indignado e quando o balaço estava prestes a ser atingido pela prima, ele cobriu os olhos dela e a moveu para o lado para bater a bola, caindo diretamente no peito da boneca, coroando-se a vencedora.
Erika caiu no chão totalmente chateada ao ver que seu primo havia ganhado trapaceando como se ela não tivesse feito o mesmo, mas ela havia perdido, então era ruim trapacear.
— Você é um trapaceiro! — Erika exigiu, levantando-se.
Alex riu incrédulo, deixando o bastão no chão, respirando pesadamente.
— Você começou! — ele reclamou. — Além disso você me deixou de fora para ir falar com Hermione!
— O balaço poderia acertá-la, eu tinha que movê-la.
— Nossa, que cavalheiresco. — Alex revirou os olhos sarcasticamente. — Vá falar com ela agora, Príncipe Encantado, e diga que você perdeu porque foi uma trapaceira.
Erika franziu a testa e mostrou-lhe o dedo médio, irritada por perder, mas quando ela se virou para caminhar em direção a Hermione, seu rosto mudou para um rosto suave. Ela não ia falar com ela com a cara chateada por ter perdido uma brincadeira infantil boba, claro que não.
— Desculpe, já estávamos competindo há muito tempo. — Erika explicou agora vestindo seu suéter. — O que você precisava?
Hermione não pôde deixar de rir baixinho, Erika agindo como se ninguém nunca a tivesse visto ficar com raiva por perder ou trair enquanto insultava seu primo. Era adorável, na opinião dela, quando ela agia como se não houvesse ninguém olhando para ela lá fora.
— Vim te oferecer uma coisa, sério. — Hermione começou com um tom sério. — Você gostaria de estudar defesa contra as artes das trevas secretamente de Umbridge?
Erika não pôde deixar de ficar um pouco surpresa com isso, era uma proposta bastante comum, mas a palavra-chave era 'escondido de Umbridge', o que levantou suas dúvidas.
— Na biblioteca?
— Não especificamente. — Hermione hesitou um pouco. — Harry seria nosso professor.
— Harry? Não achei que ele se ofereceria para ser professor... — a garota de olhos azuis murmurou curiosa.
— E-ele seria um bom professor, garanto! — Hermione exclamou imediatamente. — Muitas pessoas o viram fazer coisas incríveis, Viktor me disse em algum momento que Harry sabia fazer coisas que ele não tinha ideia quando era aluno do último ano de Durmstrang.
A orelha de Erika estremeceu um pouco ao ouvir o nome do búlgaro na conversa.
— Viktor Krum? — Erika perguntou inclinando a cabeça e Hermione assentiu.
— Sim, ele me mencionou isso numa carta que me enviou no verão. — Hermione explicou casualmente.
— Vocês conversam por correspondência? — a Lufa-Lufa não pôde deixar de ficar curiosa porque Krum e Hermione ainda estavam em contato.
— Claro, não é tão estranho ter amigos por correspondência. — ela respondeu com um sorriso estranho. — Você não fala com Adrienne?
Erika piscou algumas vezes, fazia tempo que não ouvia esse nome, naturalmente negou a pergunta.
— Paramos de conversar.
— Ah... — Hermione assentiu entendendo isso, sentindo um alívio familiar. — Voltando à minha proposta... Haverá uma pequena reunião na próxima saída de Hogsmeade, ainda estou olhando o local mas assim que eu saiba que eu te aviso.
— Ok, eu vou. — Erika aceitou sorrindo. — Você poderia contar para Luna, tenho certeza que ela também quer entrar.
Hermione fez uma careta que não passou despercebida pela Lufa-Lufa, mas ela deixou passar quando ouviu o que ela disse em resposta.
— Ela já foi convidada, Ginny fez questão de ir, acho que Lea também. — Hermione disse. — Aliás, convide Alex, por favor.
Erika revirou os olhos e assentiu com relutância, ainda chateada por ter perdido para o primo. Hermione sorriu largamente, ela já havia convidado todos que precisavam e poderia preparar o local para o encontro tranquilo, ela tinha certeza que sua ideia seria boa se feita com cautela e confiança.
— Bom, até mais. — Hermione finalmente se despediu, mas antes de sair acrescentou. — Foi divertido ver você brigar com Alex.
E ela foi embora.
É claro que aquele ano não seria exceção para se humilhar na frente de Hermione, agora a Grifinória a tinha visto perder da forma mais infantil possível. Que horrível.
Embora essa interação não tenha passado despercebida por três garotas da Sonserina que estavam por perto, Pansy e Daphne foram arrastadas por Tracey assim que ela soube que Alex e Erika estavam lá fora acertando balaços à vista de todos. Davis observou com especial atenção a interação entre Erika e Hermione, aproximando-se um pouco mais de Pansy para falar com ela sutilmente.
— Elas tem alguma coisa? — Tracey perguntou a Pansy.
Pansy olhou para Erika e Hermione por alguns segundos com a testa franzida tentando descobrir alguma coisa, mas ela negou.
— Não, duvido. — Pansy respondeu.
Tracey sorriu maldosamente e Daphne revirou os olhos, aí veio sua amiga novamente com sua paixão nojenta por Frukke.
— Bem, Granger está notoriamente atrás dela e se ela não fizer nada eu farei. Mas não acho que Frukke vá levar ela em consideração de qualquer maneira, ela é bonita demais para ficar com alguém como Granger, certo?
— Por favor, não comece a falar assim da Erika na minha presença. — Pansy reclamou, começando a se afastar.
Tracey fez beicinho e seguiu Daphne.
— Por que não? É fofa.
— Isso não impede que você seja uma perdedora. — Daphne comentou, irritada. — Frukke parece que vai dizer a coisa mais estúpida que você já ouviu antes de beijar você.
Pansy riu nasalmente, balançando a cabeça e Tracey franziu a testa.
— Não vejo mal...
— Você é cega, Davis! — Pansy rosnou divertida. — Conheço Frukke desde os sete anos, acredite você não gostaria de ficar com ela.
— Por que? Eu realmente gostaria de falar com ela.
— Faça isso, mas quando ela te ignorar de novo não venha reclamar. — a loira murmurou.
Tracey suspirou, ela estava pronta para bater um papo com Erika para deixar claro que ela tinha uma queda por ela e queria conhecê-la melhor.
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A reserva de criaturas mágicas estava tão alegre como todas as vezes que visitou, o dia estava um pouco frio mas nada que um chapéu e uma jaqueta grossa não resolvessem. Além disso, a companhia também deixou tudo mais agradável, ao lado dela estava Luna Lovegood com um lenço que cobria o nariz e um chapéu colorido sobre os cabelos loiros. A Corvinal a abordou no café da manhã para falar sobre Barto, seu Pelúcio. Obviamente Erika ficou imediatamente preocupada, pensando que o animal estava ferido ou até mesmo doente, mas Luna negou qualquer coisa negativa sobre a criatura e disse que parecia que sentia falta dela, e que ela deveria vê-lo já que estava mais gordinho que o normal.
E Erika queria testemunhar isso.
Desceram para a reserva depois do almoço, passaram pela cabana vazia de Hagrid e a garota de olhos azuis não pôde deixar de sentir melancolia pelo fato do meio gigante ainda não ter retornado. Ela sentia falta de ir alimentar as criaturas com ele ou de ficar para ajudá-lo depois da escola, arrumando a terra. A única coisa que ela queria era que ele ficasse bem.
— E como você tem estado? — a Lufa-Lufa perguntou gentilmente.
— Bom. Papai tem me enviado todas as edições do Pasquim que saíram ultimamente para eu não perder nada, você gostaria de ler? Acho que você ficaria ótimo com um par de óculos espectrais. — perguntou aquela voz suave e doce que a caracterizava.
Erika sorriu confusa, inclinando a cabeça.
— Espectróculos...?
Luna parou de andar abruptamente e Erika fez o mesmo desajeitadamente, pois foi tão repentino que seu cérebro não processou a parada e uma de suas pernas ficou no meio do caminho. A loira tirou algo do bolso, uns óculos bem marcantes onde as lentes eram de duas cores, a direita azul e a esquerda vermelha. Ela os passou para a Lufa-Lufa que os recebeu e começou a observá-los de perto e em todos os lugares.
— Ótimo, para que servem? — Erika perguntou com um sorriso que mostrava um pouco os dentes.
— Para ver os torposoplos. — Luna explicou, tirando delicadamente os óculos da amiga e colocando-os em si mesma.
Luna levantou a cabeça para olhar para Erika por alguns segundos, a Lufa-Lufa olhando para ela divertida ao ver como ela ficava com aqueles óculos excêntricos.
— Nossa, Eri, como você consegue ficar calma com todos aqueles golpes de tartaruga zumbindo na sua cabeça? — Luna perguntou um pouco preocupada.
Instintivamente e com um pouco de susto, as mãos de Erika foram para sua cabeça, ela rapidamente tirou o chapéu, deixando o cabelo bagunçado, e começou a verificar o chapéu, tentando procurar por algo estranho, mas não havia absolutamente nada.
—Eles não podem ser vistos a olho nu, só podem ser vistos com espectroscópios. Embora você também possa ouvi-los, eles emitem um zumbido característico. — Luna explicou enquanto Erika olhava para ela atordoada tentando entender.
— Bem... E como os removem?
— Você deve pensar coisas positivas. — Luna tirou os óculos e colocou-os cuidadosamente no bolso da jaqueta. Certamente será um pouco difícil para você por causa do que aconteceu com seu amigo, mas talvez eles diminuam agora que você verá Barto.
Erika apenas assentiu, colocando o chapéu de volta, a garota estava certa, passar um tempo com os Pelúcios certamente a faria se sentir um pouco melhor. Foi difícil curar quando a pintura de Cedric a cumprimentava toda vez que ela entrava na sala comunal para lembrá-la de que ele não estava mais com ela, para lembrá-la de que seu pai o havia assassinado, para lembrá-la de que Voldemort estava de volta.
Assim que chegaram à reserva e caminharam em direção ao local onde os Pelúcios costumavam descansar, conseguiram ver Barto tirando uma soneca na raiz de uma árvore. Assim como Luna havia dito a ela, ele havia ficado um pouco mais gordinho, fazendo com que Erika ficasse carinhosa. A criatura estava dormindo de costas com uma pequena moeda em uma de suas mãozinhas que estava pendurada.
Parece que Barto sentiu que foi visitado porque abriu os olhos lentamente ao se sentar, olhou para Luna e Erika por alguns segundos e depois reagiu, colocou a moeda no pequeno bolso da barriga e correu em direção a Erika para subir em seu ombro felizmente.
— Olá, pequeno ladrão. — Erika cumprimentou o Pelúcio com ternura e o pegou pelas pernas. — Você está barrigudo, o que tem comido ultimamente?
— Eles provavelmente estão entrando em hibernação. — Luna comentou baixinho. — Ou ela está grávida.
— Claro que não, Barto é um menino. — Erika riu um pouco enquanto acariciava a barriga do Pelúcio.
— Tem certeza?
Erika parou todos os movimentos e olhou desconfiada para o Pelúcio, a única forma de diferenciar seu gênero era olhando dentro da sacola. Os pelúcios machos tinham uma bolsa menor e mais centralizada, enquanto as fêmeas tinham uma bolsa maior, não apenas para armazenar mais coisas, mas também para manter seus filhotes. A Lufa-Lufa olhou atentamente para a barriga de Barto e abriu a bolsa para se surpreender ao ver que, de fato, ela era maior do que deveria.
Ela abriu a boca em total espanto e olhou para Luna daquele jeito e depois olhou para Barto que não entendeu nada.
— Você é uma garota! — Erika exclamou surpresa, começando a sorrir. — E VOCÊ ESTÁ GRÁVIDA!
Luna sorriu e se aproximou de Barto para parabenizá-la, isso era uma novidade para ela. Erika mal podia esperar para ver Hagrid para contar a ele! Ela esperava que o meio gigante voltasse antes de dar à luz e pudesse cuidar bem dos bebês.
— Há quanto tempo você sabe? — Erika perguntou a Luna assim que elas estavam voltando para o castelo caminhando lentamente.
— Sempre pensei que você soubesse. — a Corvinal encolheu os ombros enquanto olhava para o chão enquanto caminhava.
— Eu não tinha ideia... Hagrid me disse que era um menino e eu aceitei.
Quando retornaram ao castelo se despediram para irem para as aulas respectivamente, já que o almoço havia acabado. Claro que Erika não hesitou por dois segundos em contar aos amigos a grande descoberta da gravidez de Barto, gerando diversas reações de surpresa, inclusive Ernie gritando a plenos pulmões que ia ser tio, causando muitas cabeças curiosas para olhar para eles confusos.
No final do dia o quinteto de texugos voltou para sua sala comunal após o jantar, eles decidiram comer rapidamente para progredir em algumas tarefas pendentes que tinham.
— Que horrível, amanhã tenho que retirar o novo horário da patrulha. — Ernie reclamou fazendo Erika reclamar.
— Amanhã? Que horrível, espero patrulhar sozinha a semana toda. — Erika murmurou, abafando um bocejo.
De repente ela viu algumas figuras perto das cozinhas, elas não se mexiam e parecia que procuravam alguém específico diante do mar de Lufa-Lufas descendo as escadas.
O que diabos Harry e Ron estavam fazendo por aí?
Os olhos verdes de Potter encontraram os azuis de Frukke e o menino ergueu a mão num gesto para que ela se aproximasse. Erika olhou em volta e apontou para si mesma e Harry revirou os olhos e acenou com a cabeça, quase dizendo a ela 'Claro que é você, boba.'
A Lufa-Lufa se separou dos amigos e se aproximou dos dois, cumprimentando-os com um sorriso.
— Olá, o que vocês estão fazendo aqui? — Erika perguntou curiosamente.
Os dois amigos se entreolharam e Ron suspirou derrotado após uma conversa silenciosa com Harry.
— Você sabe assar? — o ruivo perguntou de repente.
Erika ficou surpresa com a... Pergunta peculiar de Ron e pigarreou nervosamente.
— Hum... Por quê? — Erika perguntou um pouco desconfiada.
— Hoje é aniversário da Hermione. — Harry disse sério, chamando a atenção imediata de Erika. — Queremos dar uma pequena festa para ela quando ela retornar de sua patrulha, mas... Queremos dar a ela um pequeno bolo de presente que pareça decente.
— Viemos até você porque você nos dá a vibe que conhece sobre panificação. — Ron argumentou.
— Bem... Eu não sei cozinhar nada. — Erika respondeu, gerando decepção em ambos os grifinórios. — Mas não deveria ser tão difícil assim..
— Não sei, nunca fizemos isso.
— Ah, eu também não. — Erika murmurou sem jeito e depois olhou para Harry. — Você não tem amigo na cozinha? Acho que Hermione o apresentou a mim ano passado, Dobby certo? Certamente ele também sabe.
— Bem... Sim, mas queremos fazer isso nós mesmos. Você sabe, geralmente a deixamos com raiva e queremos dar a ela algo para que ela saiba que a apreciamos. — Harry comentou imediatamente enquanto Ron balançava a cabeça rapidamente ao lado dele.
— Ela também gosta de presentes feitos à mão. — Ron acrescentou em um murmúrio, aproximando um pouco mais a cabeça de Erika.
Erika mordeu o lábio inferior, ela tinha muitas coisas para fazer sim, mas entre isso e passar um tempo na cozinha fazendo um bolo para o aniversário de uma amiga, ela preferiu mil vezes a segunda opção.
— Bom... Nesse caso eu vou ajudar. — Erika finalmente aceitou, fazendo Ron sorrir imediatamente.
— Realmente?
— Sim, quero dizer, é só seguir algumas instruções, certo? — ela disse relaxada.
Não foi tão simples.
Eles chegaram à cozinha e assim que Erika pôs os pés, Pitts começou a exigir sua presença, a Lufa-Lufa acalmou o elfo e pediu permissão para fazer algo pequeno que não iria atrapalhar seu trabalho enquanto o jantar ainda estava acontecendo. Relutantemente o elfo aceitou e os três amigos comemoraram com sorrisos vitoriosos.
Eles coletaram os ingredientes necessários e seguiram uma receita que um dos elfos gentilmente passou para eles, o que Harry e Ron ficaram gratos foi que os elfos chegaram até Erika facilmente e gostaram dela.
— Não se deve ir além do que indica a receita. — Erika murmurou, observando enquanto Harry colocava açúcar na panela.
— Por que? — ele perguntou curioso, olhando para o papel.
— A massa ficaria bem doce, né? — perguntou Ron ao que Erika assentiu. — Mamãe sempre nos contava algo assim.
Harry mexeu os dois primeiros ingredientes por um tempo observando como os ovos e o açúcar se juntavam formando uma espécie de massa branca e pegajosa.
—Você colocou seis ovos nele, certo? — perguntou Ron, olhando para a massa com uma cara um tanto enojada.
Harry abriu os olhos assustado e procurou as cascas quebradas dos ovos para ter uma ideia mas não as encontrou, parecia que um elfo se encarregou de jogá-las fora sem ser notado. Ron e Erika olharam para a mesa em silêncio e depois olharam para a tigela. A Lufa-Lufa sem pensar pegou um ovo e quebrou para jogá-lo sob o olhar aterrorizado de Ron e Harry.
– Melhor do que mais do que menos. — Erika disse tensa enquanto deixava a casca quebrada sobre a mesa.
Harry e Ron assentiram, era verdade, certamente esse era o ovo que faltava para deixar o bolo bonito.
Pegaram a farinha e começaram a adicionar para começar a mexer, a massa ficou boa e parecia que estavam no caminho certo. Afinal, foi só seguir a receita à risca. Harry se cansou de mexer e entregou a colher para Erika, mas ela mexeu rápido demais e a farinha que ainda não estava misturada começou a sair, deixando seu uniforme branco.
— Você não quer fazer isso...? — Erika perguntou a Ron.
Weasley assentiu zombeteiramente e se encarregou de incorporar a farinha delicadamente, mas com um pouco de tensão.
Quando a massa ficou como a folha descrita, Harry aproximou a forma e eles deixaram o líquido grosso cair suavemente para que ficasse bem distribuído.
— Quanto tempo deve ser cozido? — perguntou Erika, levando a massa para um dos fornos da cozinha.
– 45 minutos. — Ron leu.
A Lufa-Lufa assentiu e colocou a forma no forno, perto dela havia um pequeno cronômetro em forma de gato e girou-o para voltar o tempo que precisavam.
— Eu ajustei o cronômetro. — anunciou a Lufa-Lufa, sentando-se em uma das mesas. — Eu disse a eles que não era tão difícil.
— Acho que conseguimos fazer algo decente. — Harry assentiu, satisfeito com seu trabalho.
— Está em fogo médio, certo? — perguntou Ron olhando para a garota de olhos azuis.
— Como assim?
Ron imediatamente caminhou em direção ao forno e percebeu que saía fumaça dele. Ao abri-lo, ele se assustou porque saiu uma pequena chama e ele imediatamente pensou que o bolo estava queimando. Ele jogou aguamenti no forno fazendo sair mais fumaça, Harry e Erika vieram ajudá-lo tirando o bolo fazendo-o flutuar em direção à mesa. Se não fosse pela água certamente teria sido arruinado pelo fogo.
— Estava queimando! — Ron afirmou assustado.
— Como você regula o fogo de uma fogueira?! — Erika perguntou desesperada.
— Não sei, com magia?! — Harry gritou olhando para o bolo queimado. — Você acha que ele tem salvação?
A única forma de salvá-lo era com magia, isso era óbvio, mas eles não queriam que o bolo perdesse o toque artesanal ao colocar magia nele. Era óbvio quando algo era feito com magia e quando não era, então eles não queriam que Hermione notasse essa diferença.
— Harry Potter e seus amigos precisam de ajuda? — uma voz estridente foi ouvida se aproximando.
Os três, com rostos cheios de alívio, se viraram e viram Dobby se aproximando, usando um gorro de lã um tanto colorido na cabeça. O elfo percebeu a tentativa de fazer um bolo que estava sobre a mesa e, estalando os dedos, arrumou-o sem perguntar a ninguém, revelando um bolo que estava decorado e, o mais importante, não queimado.
— Você nos salvou, Dobby, sério. — Harry suspirou de alívio.
— Seu chapéu é ótimo. — Erika apontou com um sorriso.
— Hermione Granger deixou-o espalhado, um dos elfos contou a Dobby sobre isso e Dobby pegou-o para guardá-lo. — o elfo comentou, acariciando o chapéu na cabeça.
— Ela ainda está tentando colocar os elfos da cozinha em apuros? — Ron perguntou a Harry que apenas deu de ombros.
— Se já terminou de usar a cozinha do Pitts, vá embora! — exclamou o elfo-chefe do final da cozinha.
Os três saíram imediatamente com o bolo nas mãos agradecendo a Dobby por salvá-los. Assim que chegaram aos arredores da cozinha, Ron embrulhou o bolo em uma caixinha com uma fita rosa pastel que ficou perfeita com um feitiço. O ruivo parecia satisfeita com o quão bem feito tinha ficado.
— Acho que você vai à festinha, certo? — Ron perguntou a Erika.
— Claro. Amanhã a que horas... — Erika parou ao ver Harry e Ron sorrindo largamente. — O que houve?
— Amanhã não, Eri. Agora. — Harry disse a ela.
A Lufa-Lufa olhou para eles confusa, apontou para seu uniforme e depois apontou para o de Potter e Weasley, tentando passar a mensagem de que isso era impossível, o que os fez rir. Harry abriu sua mochila e tirou algum tipo de pano de cor estranha e feia para Erika, estendeu-o para ela com um sorriso incitando-a a pegá-lo.
— O que é isso? — Erika perguntou olhando para o tecido com uma careta de desgosto.
— É minha capa de invisibilidade, use-a para entrar em nossa sala comunal. — Harry explicou, estendendo-o para que a garota de olhos azuis pudesse ver melhor.
— Mas... Os colegas de casa vão me delatar...
Ron revirou os olhos impacientemente e tirou a capa das mãos de Harry para jogá-la sobre Erika.
— Chega de dúvidas, é melhor você nos seguir. — Ron ameaçou brincando.
Mas para Erika isso não parecia uma piada.
Ela seguia a dupla de amigos com um nó no estômago que aumentava cada vez que se aproximava da torre da Grifinória, e se eles estivessem pregando uma peça nela e ela realmente estivesse andando pelos corredores com um cobertor feio na cabeça? Cobertor que, aliás, tinha um cheiro horrível.
Mas ela percebeu que era realmente uma capa de invisibilidade quando chegaram ao retrato da senhora gorda e ela não disse nada quando chegou atrás de Harry. A sala comunal estava cheia de alunos da Grifinória, ela podia ver seu primo experimentando alguns doces que um dos gêmeos havia lhe dado, começando a flutuar enquanto morria de rir junto com aqueles que estavam assistindo.
Ron sutilmente a guiou até uma mesa próxima onde eles deixaram a caixa de bolo, escondendo-a atrás de uma pilha de livros. Erika não entendeu o que estava acontecendo até ver Hermione descendo uma escada que certamente levava aos quartos. Seu olhar era sério enquanto ela arrumava seu uniforme para ficar perfeito na patrulha, bem, mais perfeito do que ela era.
— Por que vocês estão me olhando assim? — Hermione perguntou a Harry e Ron que a olharam com expectativa.
— É uma pena que você tenha que patrulhar no seu aniversário. — o ruivo disse a ela com um pequeno sorriso.
— Bem, o mundo não para quando é seu aniversário. — Hermione respondeu com um tom sério.
— Bom patrulhamento. — Harry disse gentilmente.
Hermione sorriu para ele e olhou para Ron por alguns segundos como se tentasse deduzir o comportamento dele e depois saiu com um movimento exagerado do cabelo.
Ron a seguiu com os olhos até que ela saiu da sala comunal permanentemente. Já passava um pouco das 9 e eles tinham uma hora para arrumar tudo. Ron começou a tirar algumas pessoas da sala comunal para que ele pudesse decorar em paz, lançando-lhe os mesmos olhares de reprovação. As únicas pessoas que ficaram lá foram os gêmeos, Ginny, Neville e Alex. Harry olhou para Erika e fez sinal de positivo para ela tirar a capa da invisibilidade. Ginny sorriu maliciosamente assim que viu Erika aparecer magicamente na sala comunal e acenou com a cabeça satisfeita para seu irmão e amigo.
— Eri! — Alex exclamou surpreso. — Eu não sabia que você viria.
— Nem eu. — Erika respondeu, fazendo Harry rir. — Onde deixo sua capa, Harry?
— Ah, guarde para você sair à noite e não ser pega. Também lhe darei o mapa para que você possa fazer uma passagem ou não topar com nenhum monitor ou professor de surpresa. — Harry disse a ela gentilmente.
— Mapa...?
Ninguém esclareceu a dúvida e começaram a organizar tudo. Os gêmeos colocaram balões e Ginny pendurou uma placa feita à mão que dizia 'FELIZ ANIVERSÁRIO HERMIONE' escrito um pouco torto, como se eles tivessem ficado sem espaço para escrever. Ele parecia engraçado, mas fofo ao mesmo tempo.
— Olha, essas flores que coloquei aí são aromáticas. — Neville explicou emocionado. — Eles dão um cheiro suave à sala comunal, mostrei-os para Hermione em uma aula de Herbologia.
As flores eram de uma cor azulada pálida e se moviam como se o vento soprasse ali dentro da sala comunal. Eles eram bonitos de se olhar e realmente deixavam um cheiro suave que era difícil de descrever. Se você inalasse um pouco o cheiro, poderia entender por que Hermione gostaria deles.
A decoração foi finalizada bem a tempo, a patrulha de Hermione havia terminado o que significava que ela logo voltaria e descobriria a surpresa que haviam preparado para ela. E não demorou muito, a pequena porta da sala comunal se abriu e os passos de Hermione foram ouvidos como um eco no pequeno corredor que dava para dentro, a morena andando alheia ao que a esperava alguns passos à frente.
Assim que seus cabelos ondulados apareceram todos gritaram ao mesmo tempo para surpreendê-la, inevitavelmente seus olhos se arregalaram de espanto não só porque ela viu Fred e George lançando pequenos fogos de artifício perto dela mas pela decoração inteiramente dedicada a ela, até Bichento estava usando um chapeuzinho de aniversário (cortesia de Alex e Erika).
Hermione corou de vergonha ao receber tantos cumprimentos, abraços e presentes de seus amigos. Erika ficou perto da lareira observando isso, ela não queria sobrecarregar a Grifinória mas também não queria interromper suas conversas com os amigos, obviamente eles teriam prioridade em cumprimentá-la.
Ela observou Ron lhe dar uma espécie de caixa de presente. Hermione a abriu com curiosidade e seus olhos brilharam ao ver o que havia dentro. Ela tirou um livro grande, brilhante e completamente novo. História de Hogwarts que havia surgido há muito tempo, pouco onde foram acrescentados eventos mais recentes.
— C-Como...? — Hermione perguntou olhando para o ruivo com um grande sorriso no rosto.
— Harry comprou mas lembrei que tinha saído. — ele explicou e depois soltou uma risada curta. — Sua cópia desmorona sozinha só de olhar, foi muito triste.
Sem dizer nada, ela abraçou seu amigo em gratidão, um abraço visivelmente caloroso ao qual Harry mais tarde se juntou. A felicidade no rosto de Hermione era perceptível e contagiante. Erika olhou para ela com um pequeno sorriso, sentindo aquele desconforto que aparecia ultimamente em seu peito quando Granger estava com Alex ou quando a via interagir com Ron.
Hermione abriu os olhos no meio do abraço com Ron e encontrou os de Erika, o sorriso da garota de olhos azuis começou a se alargar sem pensar e Hermione imediatamente se separou do abraço para se aproximar da Lufa-Lufa surpresa.
— O que você está fazendo aqui? — Hermione perguntou com a testa franzida e um sorriso tímido tentando decifrar se Erika realmente estava ali.
— Eu... Uhm... Fui convidada. — Erika disse com uma pequena gagueira. — Feliz aniversário.
Hermione olhou para ela com um sorriso reprimido, mas o que ela não conseguiu conter foi o abraço que lhe deu, deixando a Lufa-Lufa petrificada no lugar olhando para todos que tinham sorrisos conhecedores em seus rostos. O que ela estava perdendo?
— Eu deveria repreendê-la por quebrar as regras sendo monitor, mas... — Hermione sussurrou no abraço, perdendo-se no calor e no aroma da mais alta. — Às vezes talvez eu possa deixar as coisas passarem despercebidas.
Finalmente Erika a abraçou gentilmente, totalmente alheia ao que sua presença estava causando a Hermione. A morena não pôde deixar de esconder o rosto no pescoço da garota, deixando-se envolver pelo aroma de sua colônia, permitindo-se ser um pouco egoísta e aproveitar a oportunidade para abraçá-la sem sentir vergonha ou algo do tipo. A Lufa-Lufa manteve uma expressão suave, ter Hermione em seus braços que a abraçou como se ela não acreditasse que ela era real lhe deu uma sensação estranha e ela não pôde deixar de fechar os olhos para aproveitar um pouco melhor aquilo.
Elas se separaram do abraço depois de alguns longos segundos, ambas com as bochechas coradas, mas Erika sentindo calor até a ponta das orelhas devido à falta de hábito com o contato físico, embora sempre pudesse abrir exceções, certo?
— Eu... Eu não tenho nenhum presente para você porque, sinceramente, não fazia ideia do seu aniversário. — Erika confessou, brincando com o lábio inferior entre os dentes em sinal de nervosismo. — Mas... Uhm... Se quiser...
— Hermione, que terrível não tenho nada para você! — Alex interrompeu, vindo em direção a elas do nada com um copo de cerveja amanteigada na mão. — Você acha que eu convidar você para comer alguma coisa depois do encontro que você mencionou?
Ginny e Ron queriam matar o Scamander por interrompê-las, eles não entendiam como ele ainda não conseguia ler o clima da conversa do outro. Eles culparam sua personalidade excessivamente extrovertida.
Erika ficou com as palavras na boca e olhou para o primo com um pouco de irritação, ele estava ali totalmente alheio ao pequeno momento que estavam passando. Ela queria bater nele, dizer por que ele estava interrompendo daquele jeito, mas ela sabia que não podia, não quando ele tinha a vantagem de dizer o que quer que estivesse em sua mente, em vez de guardar para si mesmo, como ela fez.
Hermione pigarreou enquanto olhava para Alex, ela olhou de soslaio para Erika e depois olhou para o ruivo e ele entendeu o que tinha feito.
— Desculpe. — Alex murmurou olhando para Erika. — Você ia convidá-la para um encontro?
Ambas coraram e Erika bufou alto, franzindo a testa com força.
— N-Não! — Erika exclamou nervosamente sem perceber o olhar de decepção de Hermione. — Foi mais como... Um pequeno passeio e ver o que ela gostaria de presente.
— Isso é um encontro. — Alex disse.
— Neste caso não. — Erika esclareceu num murmúrio, olhando para o primo que ainda estava chateado.
'Ai' foi ouvido de Fred à distância, o que lhe valeu um tapa de Ginny.
— Você viu seu bolo, Hermione? — Harry perguntou salvando a situação.
O garoto de óculos se aproximou com o bolo e todos cantaram para ela em uníssono, observando Hermione soprar as velas de seu bolo com um sorriso no rosto. Ron e Harry omitiram o detalhe de que o bolo foi preparado por Dobby quando contaram a Hermione que eles próprios o fizeram e que Erika ajudou muito.
— Eu não sabia que vocês cozinhavam. — Neville disse para Erika com um sorriso.
— Não sabemos. — Erika respondeu divertida, confundindo o amigo.
Eles beberam cerveja amanteigada enquanto comiam o bolo, os gêmeos admitiram que era comestível enquanto se serviam de uma segunda fatia. Bichento tirou o chapéu de aniversário e olhou com relutância para Erika, eles haviam brigado um pouco para colocar o chapéu nele mas Alex acabou ficando bem próximo do gato e graças a ele eles conseguiram. Ela tinha certeza de que aquele gato a mataria se tivesse chance.
Quando já era meia-noite, Erika anunciou que era melhor ela voltar para sua sala comunal antes que seus amigos perguntassem a Sprout sobre seu paradeiro. Harry foi até seu quarto pegar o Mapa do Maroto e entregou a ela, ganhando outro olhar curioso da Lufa-Lufa.
— Este mapa mostra todos no castelo. — Harry disse a ele.
— Sem ofensa, Harry, mas é um pedaço de papel. — Erika murmurou, pensando que era uma piada.
O menino riu baixinho e sacou a varinha dizendo as palavras 'Juro solenemente que minhas intenções não são boas.' Naquele momento o mapa mostrou seu conteúdo sob o olhar surpreso da Lufa-Lufa, Harry abriu-o em um setor específico e apontou onde eles estavam, estava escrito 'Sala Comunal da Grifinória' e seus nomes estavam escritos ali.
— Incrível! — Erika disse surpresa e com os olhos brilhantes.
— Eu sei. Agora, você tem duas opções. — com um dos dedos ele apontou para uma área próxima à torre da Grifinória. — Você pode passar por esse atalho que o levará diretamente para as cozinhas e de lá sair para sua sala comunal sem esbarrar em nenhum monitor ou professor. — Harry explicou lentamente para que Erika pudesse processar a informação. — A segunda opção seria você percorrer os corredores de olho no mapa para não esbarrar em ninguém.
— Acho que vou pela segunda opção, se eu chegar na cozinha tenho certeza que Pitts vai gritar comigo ou algo assim. — Erika suspirou ainda olhando o mapa e depois ergueu o olhar. — Obrigada, Harry.
— Graças a você. — Harry disse simplesmente. — Boa sorte e... Ab! Assim que você parar de usá-lo, toque no mapa com sua varinha e diga 'travessura cometida', caso contrário qualquer pessoa poderá vê-lo.
Erika assentiu e pegou a capa da invisibilidade indo em direção à saída depois de se despedir de todos rapidamente, mas o chamado de Hermione a parou por alguns segundos.
— Obrigada por ter vindo. — Hermione disse, tentando manter uma expressão neutra.
— Eu não perderia o aniversário de uma amiga. — Erika respondeu com um sorriso para finalmente se esconder sob a capa da invisibilidade e ir embora.
— "Obrigada por ter vindo." – Ginny a imitou de forma zombeteira.
Hermione revirou os olhos e sorriu um pouco com um suspiro sentindo suas bochechas corarem, ela empurrou um pouco a amiga de brincadeira e disse que era melhor ela ajudá-la a limpar tudo.
O caminho até a sala comunal foi fácil, Erika não encontrou nenhum monitor ou professor graças ao mapa que Harry lhe emprestou, ela ficava bastante surpresa a cada passo que dava ao olhar para ele. Ao chegar, tirou a capa da invisibilidade e escondeu-a sob a túnica enquanto entrava em silêncio, olhando para todos os lados, na esperança de não encontrar ninguém.
Ela subiu em silêncio para seu quarto e chegando lá abriu a porta lentamente esperando não acordar ninguém mas não era necessário, as luzes já estavam acesas como se estivessem esperando por ela.
Na verdade, sim, eles estavam esperando por ela.
— Onde você estava? Você não vê que horas são? — Hannah repreendeu, parada em frente a ela com os braços cruzados.
Erika inevitavelmente deu um pulo, fechando a porta nas costas, engoliu em seco e viu a loira esperando uma resposta. Susan estava na cama, mas também parecia um pouco chateada.
— Você desapareceu do nada, Eri. Você nos preocupou. — a ruiva disse a ela.
— Desculpe... É que... Fui ao banheiro e Myrtle me fez ouvir suas histórias até adormecer. — Erika mentiu totalmente exasperada enquanto caminhava para sua cama.
— De novo? — Hannah perguntou farta enquanto Erika tirava a túnica e a deixava em cima da cama cobrindo a capa e o mapa e depois entrava no banheiro.
Isso foi bom porque já tinha acontecido antes, era algo crível. Erika nunca teve coragem de interromper Myrtle em suas histórias porque as contava com uma emoção que deixava claro que, de vez em quando, ela queria conversar com alguém. Já havia acontecido com ela no segundo e terceiro ano, na primeira vez elas ficaram preocupadas e um monitor teve que sair e a encontrou dormindo encostada na pia do banheiro do segundo andar e Myrtle se defendeu dizendo que tinha não fez nada, mas parecia adorável dormindo.
— Sim, ela queria muito conversar. — Erika murmurou saindo do banheiro já de pijama. — Acordei porque uma flauta soava muito alta.
— Acho que você deveria contar a Myrtle quando já basta... — Susan aconselhou gentilmente, acomodando-se para dormir.
— Você sabe que não posso. — Erika disse divertida enquanto ia para a cama. — Boa noite.
Hannah e Susan desejaram-lhe boa noite e as luzes se apagaram. Erika fechou os olhos por alguns segundos e lembrou que Harry havia dito a ela que ela deveria dizer aquelas palavras quando parasse de usar o mapa. Ela imediatamente pegou sua varinha e a ponta dela começou a brilhar, ela pegou o mapa e virou uma folha de papel feia, mas parou. Poderia realmente ver o castelo inteiro?
Ela começou a observar, viu que poucas pessoas estavam acordadas, Dumbledore estava em seu escritório andando lado a lado, em outra folha ele viu Pirraça rondando o escritório de Umbridge, provavelmente pensando em que pegadinha pregar nela, e em outra folha ela viu movimento ao redor da torre da Grifinória. O nome de Hermione estava lá junto com o de Ron e Harry, mas eles se separaram para ir para os quartos, ele seguiu o nome de Hermione pela sala comunal para finalmente subir para seu quarto onde surgiram outros dois nomes, provavelmente colegas de quarto dela. O nome da morena foi circulado algumas vezes até finalmente ficar parada, provavelmente dormindo e...
Ela rapidamente desviou os olhos do papel para olhar para a escuridão.
O que ela estava fazendo vendo Hermione sem a permissão dela em um mapa mágico?!
— Travessura realizada. — Erika murmurou rapidamente e as palavras no mapa começaram a desaparecer.
Ela guardou desajeitadamente a varinha, deixou-a na mesa de cabeceira assim como o mapa e deitou-se, cobrindo-se completamente, fechando os olhos com força. Ela se sentia muito culpada por algo que Hermione não tinha ideia de como saber.
Mas ela nunca saberia!
Esse capítulo tem 8k de palavras.
Estão gostando de história?
Até breve. ❤️❤️
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